Bandas e desfiles

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Alunos do Ginásio Governador durante desfile cívico no campo do Esporte Clube Cocotá em foto de 1956

Setembro é o mês em que, tradicionalmente, acontecem os desfiles cívicos dos estabelecimentos de ensino da Ilha. Os primeiros surgiram na década de 1950, quando os Ginásios Governador e Prefeito Mendes de Moraes começaram a promover, durante o mês de setembro, os chamados “Jogos da Primavera”, que incluíam, dentro das atividades programadas, um desfile com seus alunos no campo do Esporte Clube Cocotá.

Como algumas escolas particulares tivessem passado a participar daqueles desfiles, esses passaram a ser mais bem observados pelo público, que comparecia em massa para prestigiar os alunos. A fim de tirar proveito do evento para divulgar o nome de seus estabelecimentos, houve uma grande preocupação com a perfeição do desfile, desde a organização até aos detalhes dos uniformes.

Posteriormente, o desfile acabou por tomar um caráter cívico, passando a ser realizado na chamada “Semana da Pátria”. Com o decorrer do tempo, outras escolas públicas e particulares passaram a participar do desfile, que passou a ser feito na pista de rolamento da Praia de Olaria. O desfile era precedido por um período de infindáveis ensaios. Como poucas escolas possuíam bandas (percussão, metais e madeiras, como as flautas e clarinetas) ou fanfarras (caixa, bumbos, pratos e cornetas), a solução era apelar para as Forças Armadas, que deslocavam suas Bandas para o desfile. Devido aos problemas que acarretavam no trânsito, a partir dos anos 60, os desfiles passaram a ocupar parte da Estrada da Cacuia e da Rua capitão Barbosa, tradição que se manteve até o final dos anos 70. Um dos desfiles cívicos com o percurso mais longo foi realizado em 1972, iniciando na Rua Mileto Maciel e dispersado na rua Capitão Barbosa, junto à Praça Comandante Mége. Muitas vezes, grupos de alunos se destacavam devido à caracterização dos participantes.

Outro local de desfiles foi a Avenida do Magistério, no Moneró, que, embora um pouco afastada do sistema de transportes, apresentava melhores condições, sem o inconveniente do desvio do trânsito em direção à Freguesia. Como o desfile escolar na Semana da Pátria passou a servir também como elemento de propaganda para várias escolas, em algumas ocasiões os estabelecimentos apelavam para o exagero ou até mesmo para o gosto duvidoso, tal como fazer com que um aluno representando Tiradentes desfilasse trajando uma camisola (uma “camisa de sete varas”, usadas na execução por enforcamento). Em outra ocasião uma escola inovou por completo, fazendo com que parte do pelotão desfilasse sobre patins, a grande onda daquela época. A partir de 1991, quando o Dia da Ilha do Governador foi instituído em 5 de setembro, os desfiles passaram também a comemorar esta data.

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